O atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, e seu sucessor, Javier Milei, se encontraram na manhã desta terça-feira (21/11) na residência oficial da presidência, em Olivos, no subúrbio de Buenos Aires. O encontro rendeu uma foto de semblantes sérios e um comunicado breve por parte do governo, para informar que a reunião teve o objetivo de “iniciar o processo de transição institucional entre as equipes designadas por ambos nas diferentes áreas do governo”.
Alberto Fernández, que deixa o cargo no dia 10 de dezembro com o país imerso em profunda crise (inflação de 140% ao ano e 40% da população abaixo da linha de pobreza), é da corrente política peronista, criticada fortemente durante a campanha pelo futuro presidente, o ultraliberal Javier Milei, que derrotou Sergio Massa com a maior votação desde a redemocratização da Argentina, há 40 anos.
O presidente eleito não anunciou quem será o próximo ministro da Economia. Por trás da formação da equipe econômica, está em jogo uma das batalhas principais dentro da aliança que o levou à vitória: o ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), fiador de sua candidatura no segundo turno, depois que a candidata conservadora Patricia Bullrich saiu do páreo, pretende ocupar cargos importantes, com a ideia de criar um contrapeso ao ideário ultraliberal de Milei, que contém propostas como acabar com o peso e adotar de vez o dólar como moeda corrente.