O músico e compositor uruguaio Daniel Viglietti, um ícone cultural de resistência às ditaduras no Uruguai e na América Latina, morreu nesta segunda-feira (30/10), em Montevidéu, aos 78 anos.

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Daniel Viglietti nasceu no Uruguai em 1939

Filho de músicos, Daniel Viglietti nasceu no Uruguai em 1939 e após receber formação musical acadêmica, na década de 1960 decidiu dedicar-se à música popular, adquirindo una impronta particular: suas canções se misturavam com sua formação em “música culta”.

De forma imediata, Daniel Viglietti se transforma em um dos protagonistas da música popular uruguaia e latino-americana, sendo também reconhecido como lutador social, comprometido com a esquerda e as lutas populares.
Suas canções e textos refletem essas posições, o que lhe valeu várias censuras, proibições e inclusive a prisão, em 1972. A campanha de solidariedade para sua libertação transcendeu fronteiras, chegando a pedir pela sua libertação personalidades como Jean Paul Sartre ou Julio Cortázar.

Durante a ditadura militar que governou o Uruguai entre 1973 e 1985, o músico exilou-se na Argentina e na França, de onde voltou ao seu país depois de 11 anos, mas manteve sempre vínculos estreitos com a Argentina, onde durante muitos tempo teve um programa de rádio semanal.

Uma porção importante de sua obra é a musicalização de poemas de escritores como Líber Falco, Idea Villariño César Vallejo, Rafael Alberti, Federico García Lorca e Nicolás Guillén, entre outros.

Algumas das suas canções fizeram e fazem parte do repertório de artistas internacionais, como a chilena Isabel Parra, o espanhol Joan Manuel Serrat, a argentina Mercedes Sosa e a venezuelana Soledad Bravo.

Junto com outros artistas uruguaios como Alfredo Zitarrosa, Los Olimareños e José Carbajal ("El Sabalero"), o cantor, compositor e violonista Daniel Viglietti é considerado um dos maiores exponentes da música popular uruguaia, com um grande reconhecimento na América Latina.