O candidato mais votado nas primárias de domingo (13/08), o libertário Javier Milei, reiterou sua oposição ao aborto.
Em uma entrevista, ele prometeu que - se for presidente - promoverá um plebiscito para revogar a lei que permite a interrupção da gravidez.
O candidato do partido "La Libertad Avanza" declarou que esse "não é um direito conquistado".
A lei que descriminaliza a prática na Argentina foi aprovada pelo Congresso em dezembro de 2020.
Por outra parte, e em outra polemica declaração, ontem, o candidato de ultra direita insistiu em sua ideia de eliminar, caso seja presidente- "vários" ministérios, entre eles o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e sugeriu que privatizaria o Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet), a instituição equivalente à FioCruz brasileira.
"Que produtividade eles têm? O que eles geraram?", disse o candidato do LLA em declarações ao canal a cabo La Nación+.
O ministro da Ciência & Tecnologia, Daniel Filmus, não demorou em responder.
Ele disse que não ficou surpreso com as declarações de Javier Milei, mas observou que, com elas, ele demonstrou "uma total falta de conhecimento da área" e de estatísticas.
"Temos que dizer a ele que no ano passado a terceira maior exportação da Argentina foi a economia do conhecimento: 7 bilhões de dólares", disse o ministro.
Daniel Filmus acrescentou que "é o Estado que, por meio de organizações muito semelhantes ao Conicet e aos ministérios de ciência e tecnologia, investe pesadamente, sabendo que esse investimento público também impulsiona o investimento privado". "Hoje, os países do mundo estão lutando por seu desenvolvimento e competitividade por meio da ciência e da tecnologia", disse ele.
Por sua vez, a presidente do Conicet, Ana Franchi, disse na quarta-feira que "ciência e tecnologia são soberania", e que "não há país desenvolvido que não invista" nesse setor.