No 40º aniversário do retorno à democracia na Argentina, o economista liberal Javier Milei tomou posse como novo presidente neste domingo, 10 de dezembro.
As presenças já marcavam um gesto: do presidente da Ucrânia, Zelensky, do rei da Espanha, Felipe VI, ao chileno Gabriel Boric, e do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Como vice-presidente, Victoria Villarroel assumiu o cargo, ancorada em um discurso duro que pede a libertação de militares presos por crimes contra a humanidade cometidos durante a última ditadura civil-militar.
Javier Milei, que se autodenomina "anarcocapitalista", é visto por seus partidários e opositores como uma "mudança de era" no país.
Milei ganhou a presidência com 56% dos votos em todo o país, 12 pontos à frente do candidato oficial e então ministro da Economia, Sergio Massa.
Ao contrário de seus antecessores, o novo presidente não discursou perante os membros do Congresso Nacional, mas nos degraus do prédio do Congresso Nacional, em frente às pessoas reunidas na praça, rodeado por convidados especiais.
O discurso de posse não foi nada animador. “Por mais de 100 anos", disse ele, "os políticos têm insistido em defender um modelo que gera pobreza, estagnação e miséria. Nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que recebemos (...).
(Haverá) um ajuste fiscal de 5% para o Estado, mas não para o setor privado", disse ele.
E observou: "Não há dinheiro, (o governo kirchnerista) deixou semeada a hiperinflação e não há outro caminho senão o ajuste".
Ao mesmo tempo, após um resumo em termos econômicos e sociais, ele disse: "A força de um povo é medida pelos desafios que ele enfrenta (...) E o desafio é enorme (...) trabalharemos incansavelmente (em) 24 meses ainda mais difíceis, mas chegaremos a um bom porto".
À tarde, ele foi para a Casa Rodada, sede do Executivo, onde empossou seu gabinete.