Argentina em tempos de COVID-19 RAE ARGENTINA AO MUNDO

Educação em quarentena (I)

A quarentena obrigatória como medida preventiva contra a pandemia da CIVID-19 foi oficialmente decretada em toda a Argentina em 20 de Março. No entanto, as aulas em todos os níveis do ensino formal já tinham sido suspensas uma semana antes.

No máximo durante o ano, e de acordo com o distrito, os alunos não tiveram mais de duas semanas de aulas presenciais, com professores e colegas habitando o mesmo espaço e tempo.

No entanto, as autoridades educativas continuam determinadas a salvar o ano letivo, colocando em andamento uma enorme, forçada e inédita conversão para a virtualidade. E isso aqui, Argentina, um país com uma enorme exclusão digital e professores pouco ou nada formados para educar à distância.

Para apoiar a decisão de continuar as aulas a partir de casa, o Ministério da Educação articulou diferentes iniciativas, em conjunto com os meios de comunicação social estatais e a plataforma educativa Educ.ar. E forneceu a todas as escolas do país materiais impressos para que cada aluno possa acompanhar as propostas em casa.

Por outro lado, a obrigação de continuar com a educação formal a partir de casa transformou a maioria dos lares em espaços onde adultos, adolescentes e crianças tentam adaptar-se às novas tecnologias, ferramentas e materiais, de educação e comunicação, numa tarefa muitas vezes frustrante e infértil. Uma tarefa, aliás, que ainda não sabemos se ou como será avaliada.

 

 

 

 

A situação levanta algumas questões, tais como: é válido pretender cumprir o ano escolar num ano totalmente atípico? A simples incorporação da tecnologia garante a aprendizagem? Como avaliar e garantir a qualidade do ensino? Que mudanças nas práticas de ensino forçou a virtualização? Quais novas práticas tiveram que ser implementadas em casa? O que podemos dizer dos amplos setores em que não há acesso à Internet?

Para refletir sobre essas questões, RAE Argentina ao Mundo conversou com Patricia Franzoni, doutora em Linguística Aplicada pela USP, diretora do curso de português da Universidade Nacional de Entre Rios, onde é também professora; e Marco Antonio Rodriguez, bacharel em educação e professor de português nos níveis médio e universitário em várias instituições de Buenos Aires.

Acompanhe a reportagem.

Locução & Produção: Julieta Galván

Web: Julián Cortez