Dia 11 de dezembro, a Argentina comemora o Dia Nacional do Tango. A data coincide com os aniversários de dois artistas indiscutíveis do tango, um cantor e um violinista. Em 11 de dezembro, embora em anos diferentes, nasceram Carlos Gardel e Julio De Caro.
Nada pode ser acrescentado à justificada fama de Carlos Gardel, nascido na França em 1890 e falecido em 24 de junho de 1935, na Colômbia. A controvérsia sobre se ele nasceu em Toulouse, na França, ou em Tacuarembó, no Uruguai, que opõe alguns argentinos a alguns uruguaios, é infrutífera: termina quando todos concordam, irremediavelmente, que, apesar de estar morto há tantos anos, Carlos Gardel canta melhor a cada dia e ninguém é capaz de questionar seu status insuperável.
O outro, o violinista Julio De Caro, que compartilha o dia de aniversário de Gardel, foi um renovador do tango que, com seu sexteto, fundou a partir de 1924 um estilo novo e significativo que influenciaria a história posterior do tango como nenhum outro. Gardel e De Caro, cada um em sua própria esfera musical, coincidiram em dar um passo que se tornou a diretriz para o futuro do tango e de seus músicos.
Julio De Caro, com uma sólida formação musical, preservou a essência do tango da periferia, dando-lhe uma expressividade sentimental e melancólica desconhecida até então, unindo suas raízes crioulas às influências musicais europeias. Sua inovação não estava apenas nas pautas: nos anos 20 do século passado, para que o som de seu violino pudesse ser ouvido a uma distância maior, ele acoplou a ele uma corneta de madeira, conseguindo o que, décadas depois, os sistemas de áudio conseguiram.
Depois de De Caro, o tango ficou diferente: todos os músicos o seguiram e, em seu estilo, fizeram outras inovações. Por essa razão e também por seus tangos, como "Boedo" e "Tierra querida", entre muitos outros, ele foi escolhido para que o dia de seu nascimento fosse o Dia Nacional do Tango.
Na sequëncia, vamos ouvir o tango “Mi Buenos Aires querido”, de autoria de Carlos Gardel e Alfredo Le Pera, interpretado pelo próprio Carlos Gardel.