Mesmo com as advertências dos partidos União Cívica Radical (UCR) e Coalizão Cívica de que poderiam romper com a coalizão Juntos pela Mudança em caso de apoio ao candidato Javier Milei (A Liberdade Avança), a candidata derrotada Patricia Bullrich declarou que estará ao lado dele no segundo turno da eleição presidencial contra Sergio Massa.
“Ontem à noite, tive uma reunião com Javier Milei, conversamos sobre suas declarações e nos perdoamos. O país precisa que a gente saiba se perdoar porque está em jogo algo muito importante para o futuro”, afirmou Bullrich nesta quarta-feira (25).
No primeiro turno, no último domingo, o peronista Massa (União pela Pátria) e o ultraliberal Milei obtiveram as duas melhores votações e passaram para o segundo turno, com quase sete pontos de vantagem para Massa (36,6% ante 30%). Bullrich, em terceiro lugar, ficou fora da disputa com sua candidatura conservadora de direita.
A campanha, até aquele momento, foi recheada de ofensas pessoais. Numa das mais notórias, Milei chamou Bullrich de “assassina” e a acusou de jogar bomba de jardim de infância por causa do seu passado como “montonera”, ou seja, como integrante da luta armada contra a ditadura militar nos anos 1970.
Bullrich esclareceu que seu apoio a Milei é de caráter “pessoal” e compartilhado com seu ex-companheiro de chapa Luis Petri, que estava ao lado dela no pronunciamento. Portanto, os partidários das legendas que integram a coalizão Juntos pela Mudança estão formalmente liberados para votarem em quem quiserem.
A decisão de Bullrich recebeu tanto críticas quanto elogios. Uma das reprovações mais contundentes foi do presidente da Juventude Radical da Cidade de Buenos Aires, Agustín Dante Rombolá. “Repudio energicamente Patricia Bullrich e sua decisão unilateral de apoiar o autoritarismo. Também exijo que a diretiva nacional da UCR expulse imediatamente Luis Petri de nosso partido”.
O partido UCR, força que integra a coalizão Juntos pela Mudança que representou Bullrich na eleição de domingo, rejeitou o acordo com o candidato da ultradireita Javier Milei. É a seu representante, governador da província de Misiones, gerardo Morales, que escutamos a seguir:
Para a candidatura de Sergio Massa, a boa notícia desta quarta foi a divulgação da primeira pesquisa do segundo turno, que lhe dá uma vantagem confortável sobre Milei: 44% das intenções de voto contra 34%. Se forem considerados apenas os votos úteis, já que 7% disseram que não irão votar e 6%, que votarão em branco (6 por cento), Massa teria mais de 50%, o suficiente para ser eleito.