O presidente eleito da Argentina, o libertário Javier Milei, garantiu que seu governo fará um ajuste fiscal de choque desde o primeiro momento e descartou um plano de troca de títulos para resolver a dívida do Banco Central com entidades financeiras, perto de 21 trilhões de pesos (uns 50 bilhões de dólares), o dobro das reservas atuais da entidade.
“As duas principais linhas de ação são um ajustamento fiscal muito forte para ir diretamente para um déficit financeiro zero, o que significa que a dívida não cresce mais e você se torna solvente temporalmente; e, a outra parte, é o estrito respeito pelos direitos da propriedade, ou seja, o problema dos Leliqs terá solução de mercado, sem o Plano Bonex”, afirmou em entrevista via streaming.
Milei referiu-se assim ao chamado “Plano Bonex”, lançado em 1990 pelo ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), que era uma troca compulsiva de dinheiro a prazo fixo por títulos que liquefaziam os fundos das famílias e das empresas.
Sobre o projeto de dolarização da economia nacional, indicou que “a ideia é que possamos implementá-lo em um ano”. Por outro lado, o líder do La Libertad Avanza (LLA) antecipou que no dia 11 de dezembro enviará ao Congresso um grande pacote de leis que terá a chamada “reforma do Estado” como eixo central.
Sobre a situação econômica que irá herdar, Milei acrescentou que “no dia 10 de dezembro vamos informar às pessoas a quantidade de bombas que estão plantadas e que vamos fazer tudo o que for humanamente possível para evitar a hiperinflação. É provável que tenhamos de suportar seis meses difíceis, mas eles serão a base para a decolagem da Argentina”.