Sob o lema "Democracia Sempre", o presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, liderou um ato no Palácio de La Moneda, bombardeado há 50 anos no golpe de Estado que derrubou o governo de Salvador Allende em 11 de setembro de 1973. Antecedido por um clima de divisão entre a elite política chilena, o ato de recordação do golpe que instalou a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) foi marcado por mensagens em defesa da democracia e de condenação a qualquer regime que viole os direitos humanos.
— Não importa a cor do regime que viole os direitos humanos, seja vermelha, azul, ou preta: os direitos humanos devem ser respeitados sempre, e sua violação, condenada sem qualquer sombra — destacou Boric. — Não há como separar o golpe do que vimos depois.
A senadora socialista Isabel Allende, filha do presidente deposto, comoveu os participantes ao narrar sua experiência em 11 de setembro há 50 anos, seguida na primeira fila por Maya Fernández, ministra da Defesa e neta de Salvador Allende.
A presidente da associação argentina Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, foi a única convidada internacional que discursou durante a cerimônia oficial que marcou o 50º aniversário do golpe de Estado no Chile. É a ela a quem escutamos a seguir.