Em 4 de agosto de 1976, em uma estrada semi-deserta do noroeste argentino, o bispo católico Enrique Angelelli foi assassinado por assassinos contratados pela ditadura civil-militar que governava a Argentina desde março desse mesmo ano.
Nascido na cidade de Córdoba em 1923, Enrique Angelelli entrou no seminário de sua cidade natal, para ser ordenado sacerdote em Roma. Em 1960, ele foi credenciado bispo e, em 1968, foi designado para a diocese da província argentina de La Rioja.
Nesta província, no noroeste argentino, ele cumpriu sua missão como sacerdote profundamente comprometido com as exigências dos trabalhadores. Ele promoveu a formação de cooperativas camponesas, incentivou a organização sindical de trabalhadores rurais, mineradores e trabalhadores domésticos. Mas assim como ele despertou o amor do povo, essas atividades o levaram a inúmeros confrontos com poderosos proprietários de terras, empresários e políticos da região.
Em 4 de agosto de 1976, enquanto dirigia uma caminhonete numa estrada pouco transitada na província de La Rioja, seu veículo ficou preso por dois carros e foi forçado a capotar.
Seu corpo sem vida foi deixado na estrada e o governo militar disfarçou o assassinato como um "acidente de trânsito".
Em 2019, os ex-militares que ordenaram a morte de Angelelli foram condenados a prisão perpétua.